Animal pode ter sido decisivo para o desenvolvimento das primeiras civilizações sedentárias na cordilheira dos Andes.
A transição da caça para a agricultura é um marco para qualquer civilização. Mas no caso dos Andes essa passagem pode ter se dado de forma bastante peculiar. Um estudo do arqueólogo Alex Chepstow-Lusty publicado na revista Antiquity afirma que a civilização inca pode ter crescido e evoluído graças às fezes produzidas por lhamas, animais muito comuns na região de Machu Picchu.
Chepstow-Lusty é pesquisador do Instituto Francês de Estudos dos Andes, em Lima, e passou anos analisando depósitos orgânicos no pequeno lago de Maracoccha, localizado em uma antiga rota de comércio entre a selva e as montanhas. O local era um ponto de parada dos animais que faziam o transporte das mercadorias, para beber água e “fazer suas necessidades”. Os dejetos acabaram servindo de fertilizante que impulsionaram a cultura do milho, há cerca de 2.700 anos.
Há indícios de que o cereal, alimento básico na região, já tinha sido plantado havia 7 mil anos, mas só prosperou com a ajuda das lhamas, muito mais tarde. A explicação, segundo Chepstow-Lusty, é que o cultivo do milho depende da aplicação regular de fertilizantes, e foi exatamente o que os incas fizeram com os dejetos dos camelídeos andinos. |
REVISTA HISTÓRIA VIVA - 30/08/2011. http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/lhamas_ajudaram_agricultura_dos_incas.html |
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